As mais diversas reações surgem naqueles que avistam pela primeira vez os Morros do Pão de Açúcar e da Urca: espanto, surpresa, encantamento, deslumbramento. Este conjunto, um capricho da natureza, guarda a entrada da Baía de Guanabara e tem muitos séculos de história para contar.Os registros da presença do homem aos pés dos Morros do Pão de Açúcar da Urca datam de 1562, quando Estácio de Sá aportou com sua frota em área atualmente ocupada pela Escola de Educação Física do Exército. Antes disto, os índios Tamoios já desfrutavam desta natureza deslumbrante.
Os primeiros vestígios de ocupação da área são de um forte militar, aí instalado para defesa da entrada da baía. Por esta localização estratégica, em 1856 é aí instalado o Batalhão de Engenharia e em 1860 a Escola Militar de Aplicação, grande edificação entre os morros da Urca e da Babilônia. Em 1935, eclode no 3º Regimento de Infantaria, antiga Escola Militar de Aplicação a Intentona Comunista, movimento que tenta destituir o presidente Getúlio Vargas do poder. Com as lutas que se sucederam, o prédio foi destruído e o acesso à Praia Vermelha voltou ao domínio público.
História
História
Marc Ferrez / Coleção Gilberto Ferraz / Acervo Instituto Moreira Salles
As construções do Hospício D. Pedro II, em 1852, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Imperial Instituto dos Meninos Cegos em 1872, atual Instituto Benjamin Constant, já delineavam o que viria a ser a Avenida Pasteur, uma das mais bonitas vias da cidade. Delineavam também os caminhos que começavam a ser trilhados pelo Brasil Império, de fortalecimento das instituições militares, de ensino e de serviços públicos. A Exposição Nacional de 1908, montada aos pés do Morro da Urca e ao longo da Avenida Pasteur, lança o Brasil no século XX e deixa como legado o Pavilhão dos Estados, atual, Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
Em 1921 é constituída a Sociedade Anônima Empresa da Urca, e em 1922 foram aprovados os Planos de Abertura de ruas no bairro e construído o Hotel Balneário, mais tarde transformaddo em Cassino, dando origem ao bairro da Urca. Hoje, o entorno do Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca abriga um bairro que procura preservar suas qualidades, acolhe grupos voltados para atividades de turismo, esporte e lazer e concentra um grande número de instituições civis e militares de ensino e pesquisa. Este conjunto de pessoas e organizações tem o compromisso de preservar a natureza com a qual fomos brindados nesta parcela privilegiada do território da cidade do Rio de Janeiro.
Marc Ferrez / Coleção Gilberto Ferraz / Acervo Instituto Moreira Salles
As informações desta página constam nos livros:
A Exposição de 1908 ou O Brasil Visto por Dentro - Margareth da Silva Pereira.
Bondinho do Pão de Açúcar - 95 anos da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar - autores: Pedro de Castro da Cunha e Menezes e Telma Lasmar